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🇦🇷Buenos Aires, 10 años después...

  • Foto do escritor: Ser PAImeirense
    Ser PAImeirense
  • 2 de dez. de 2024
  • 11 min de leitura

Atualizado: 11 de dez. de 2024

11 de junho

Após milhões de pesquisas, a manhã na escola traz a oportunidade de construir um sonho. Estaremos na cidade sede no final de semana da final da Copa Libertadores. Iremos e seremos!


21 de agosto

Empatamos de uma das maneiras mais cruéis com o Botafogo e caímos logo nas oitavas de final.

Não seremos.


Mas iremos!

5 meses de organização, planejamento de roteiros, torcidas diversas - que influenciariam nas escolhas das roupas da viagem, aulas kids de espanhol.


É chegada a hora de, quase 10 anos depois e com o reforço de Maju, voltarmos à Buenos Aires, Argentina. El país del fútbol!


27/28 de noviembre.

DIA 1

20h30.


O Uber nos leva ao T1 de Guarulhos - talvez achando que estava no GP Brasil de F1.


Como já imaginado, baldeação necessária para o T2.

Despacho da equipaje. Maju inicia seu portunhol e dorme um pouco. Mais de 2 horas de espera e percebo Madu até com ansiedade controlada. Letícia ri da minha indignação sobre a primeira de talvez muitas provocações.


Perto da meia noite, entrada para a área de embarque. Raio-X e Imigração. Dute Free. Cariocas são maioria. Alguns mineiros. Na fila da zona 2, o botafoguense fala do jogo de terça. As meninas conseguem ver o avião e agora os sorrisos são imparáveis. O senhor de preto elogia, em alto e bom som, minha camisa. Com a esposa - que faz questão de mostrar a foto que são 'Parma', também vão à passeio.

Na aeronave lotada, as pequenas tem reações distintas na decolagem. Maju se encanta da janela e Madu tem as mãos do porto seguro como proteção.

3 horas de mini cochilos, alternadas por audições de histórias de brigas em arquibancadas cariocas.


4h da manhã. O piloto indica os procedimentos de chegada. No pouso, Madu consegue ver onde gostaríamos de estar na tarde de sábado. Rápido ônibus. Na enorme fila, somos os primeiros no realocamento preferencial. Sonrisas en Imigracion. Equipaje en manos.

Minutos para entender o Uber. No rápido trajeto, o senhor que compara Buenos Aires à Paris fala de fútbol - certeza Madu entende o que sempre falei. Está feliz há dias com o Racing.


Na Corrientes, a estranha entrada do Intersur Suites. Check-in confirmado após algumas tentativas e mais sorrisos no quarto.


1h30 de sono para mamãe e Madu. Maju alertíssima. Às 8h, primeiras medialunas da viagem no café. Iogurte, café e suco.

Início do roteiro.


De cara, a beleza da avenida com calçadas largas e bem limpas. Vários teatros. Broadway portenha. Em uma das milhares de 'I love gift', Madu se encarrega de perguntar sobre a retrô do River. Consegue, de cara, o pedido de meses. A caminhada leva ao Obelisco - antes, mirante da Polícia.

Imensa fila, vencida com criatividade. Comunicação de orgulho à distância com o Palmeirense.

No Subte, galeria artística.

Caminhada até a Plaza de Mayo. Maju está pesada. Preciso me cuidar.


Na compra e carga da tarjeta SUBE, Letícia está de olho no trato com os outros - situação rara, pois o povo é muito gentil...


Orgulho que fará inúmeras vezes parte dos próximas dias, argentinos aleatórios cumprimentam exclamando que somos 'el más grande de Brasil!'


Na Catedral, Mãezinha do Céu nos ronda.

Imensa, chama atenção - e causa pavor em Madu - os mausoléis. O de San Martin es increíble.

Entrevistada na Plaza, Madu fala das curiosidades da Sede do Governo. E encanta-se com o vendedor de meias.


A Casa Rosada tem à sua frente Maju espantando pombos e analisando o tributo às vitimas da Covid...

A caminhada segue até Puerto Madero. Ponte de la Mujer. A fragata Sarmiento, fechada, entristece Maju. Mamãe e a ideia do cadeado. A Globo não nos entrevista - somente torcedores dos finalistas, Madu...

Fotos aesthetic...

Pancho con Pepsi - aprovadíssimo por mamãe - e sorvetes. Carteiro do Boca. A União Sinistra tem collab de Letícia. Palácio Libertad somente depois das 14h - com necessidade de slow motion na informação. Após susto, a furadeira decorará a Ilha...

Galería Pacífico. A bela árvore de Natal. O baño necessário. O preço absurdo da Bluey e do gloss Channel. Letícia convencendo o vendedor sobre batom rojo. E mais um 'gracias' sorridente...

Na Calle Florida, regata e balas azedíssimas pra Maju. Numa galeria qualquer, a filial Western Union tira talvez meu último medo. O remédio ajudará Madu.


Caminho inverso, Centro Cultural Kirchner.

Diversos andares de cultura. Revelo à Madu que não entendo algumas - normal e muito mais honesto. Destaque para a sala Evita e pra atração imersiva de 'El Principito'. Quase choro.

Retorno dos 4 exaustos - já imaginado pra esse longo primeiro dia. Mercado CARÍSSIMO - assim como quase tudo. Banheira relaxante. Empanadas para o jantar. E o sono com céu ainda claro - obviamente dormir cedo me faz escrever este trecho desde às 2h da manhã, sob o som de um temporal...


DIA 2

Notícia, Maju é a penúltima a acordar - Madu é mestre. O sol já ilumina o quarto.


No café, mais treinos em espanhol. A varanda instagramável que Madu pediu - e percebe que a internet engana...

Mercado rápido para abastecer a mochila. O gigantesco e belíssimo Museu das Águas. Apenas fotos. O destino aguarda as pequenas comerem o muffin.

El Ateneo. A biblioteca construída no teatro.


Mamãe passeia concentrada. As pequenas vão de prateleira em prateleira. Até que o armário Harry Potter é encontrado. Assunto que não entendo, mas que faz as 3 sorrirem...


No subsolo, a área Kids. Prometidas leituras à Maju. Madu devora Bluey em espanhol.


A área Fútbol decepciona - tem quase a metade dos livros sobre outros assuntos...

Seguindo, novo quilômetro até a Recoleta.


Talvez no passeio mais aleatório, mamãe caminha na praça enquantos os outros 3 pagam para ..................?

Irem ao Cementerio (!?!).


Museu a céu aberto, é - junto com o Caminito, talvez - local de maior concentração de estrangeiros por m².


Madu está trêmula. Maju, corajosíssima...

Os caixões visíveis.

As gigantescas estátuas.

As lendas. Do casal brigado, da jovem que morreu 2 vezes, da menina e seu cachorro.


O simples, porém ultra simbólico túmulo de Evita. Os jovens estudantes fazem sepúlcro silêncio ouvindo nosso idioma. Digo de onde somos e sorrisos se abrem. A família carioca tem o mais experiente tentando nos menosprezar. É, educamente, recolocado em seu devido lugar. A filha é de coração honesto.


Preço absurdo para a baixa manutenção, o tropeço de Maju termina o passeio...

Na saída, momento de 'inveja do bem', um pouco da energia da Casa da Massa, ponto de encontro dos atleticanos...


Família novamente reunida, rápida oração na Basilica Nuestra Señora del Pilar.

Arte na praça.


O restaurante chama atenção - antes, já investigado por Letícia...

La Panera Rosa tem, no almoço, hamburguesas, medialunas e lágrimas de alívio.

Caminhada rápida, a pequena ponte traz a grandiosa Facultad de Derecho. Ao fundo a Floralis Generica. Mas o que chama atenção mesmo é mamãe nos protegendo futebolisticamente...


No Subte, início de uma sequência que parecia confusa, mas foi tranquila. 3 metrôs - em um deles, o músico vascaíno brinca, conversa e fala da União.

Passageiros sorriem.


Estacion Constituicion.

Julio Prestes agigantada.


Na informação sobre qual plataforma embarcar, Letícia e o senhor Rojo...

Como um trajeto Palmeiras Barra Funda - Itapevi, quase 20 estações que saem da metrólope, passando ao lado dos estádios rivais em Avellaneda - loucura - outra cancha em Sarandí (Arsenal), e mostra uma região periférica com um povo de raízes variadas. Berazategui é o local que chama mais atenção.

As últimas 5 paradas são de áreas abertas, com florestas e condomínios, e o retorno de uma nova organização residencial se dá ao fato de chegarmos ao nosso destino.

La Plata. Capital de Buenos Aires.


Antigamente chamada de Ciudad Eva Peron, abriga faculdades públicas conceituadas - Madu, ainda falta tempo, mas nossas conversas atuais são bem animadoras, né?!


O segurança da estação, racinguista, fala do Palmeiras. Sorri com minha parabenização.


Troca de Uber pelo táxi, melhor escolha pela história ouvida. Entre raízes bolivianas, interioranas e platenses, o senhor mostra, após muito pelear com o celular, as fotos do filho que joga no Deportivo Riestra - cria do Gimnasia (rival do mais famoso clube da cidade, o Estudiantes). Enfrentou River e Boca.


Nosso desembarque faz o argentino suspirar com a possibilidade de jogar o Derby paulista. Ojalá...


A Plaza Moreno tem o grande prédio da Prefeitura parecer pequeno comparado à incrível Catedral de la Inmaculada Concepción. Talvez uma tradição, estudantes calouros comemoram suas vitórias na escadaria - Letícia me atenta para os de Educação Física...

Na próxima década será você, Madu...

Silenciosa, a igreja também é imponente por dentro. Orações.


O Uber agora nos leva ao barrio Gonnet, 7km dali.


A Republica de Los Niños tem, como lenda, a visita e encantamento do Sr. Walter, no início da década de 1950. O resultado todos conhecem...

Dentro de uma espécie de 'Ibirapuera que habla', (fiquei com vontade de correr) o parque, gratuito, estava com a mini cidade cerrada. Letícia - tradição - nos leva ao kiosco onde viu alguém tomar algo.


O refresco colorido - obviamente ela faz a mistura dos 5 sabores - renova a energia. Maju pede o mais ácido, Madu e eu uma dupla mais doce. A vendedora tem sotaque e me confunde. Sandia, Letícia...

Após playground e pega-pega, o gira-gira é dividido com alunos de uma excursão escolar. Letícia, ensina o 'obrigado' e já poderia dar aulas... Madu atinge o auge na perspicácia na sua personagem fictícia da carruagem. Orgulho.

Deseos de suerte do senhor que pensa que vamos ao Más Monumental...


O parquinho raíz tem as pequenas no pula-pulão, barco viking com mamãe - a moça se convence que Maju é corajosa, montanha-russa de centopeía e cadeiras voadoras - os adultos são bancados pela jovem de atitude.

Na salida, o reencontro com os estudantes do 6°ano gera um dos momentos mais emocionantes. A aglomeração é de curiosidade. Letícia faz a rápida pesquisa e descobre sobre a maioria boquense. Habla sobre hijas e alumna. O menino usa o termo 'brazucas'.


As professoras agradecem. Parecem se conhecer à anos.

O exemplo arrasta...

Somente eu uso o banheiro.


Mamãe e Madu preferem o retorno de Uber.


As belas casas. Os garotos jogando fútbol. As meninas, rúgby.


Por rodovias tranquilas, a alegria de Madu ao ver o ônibus Millionario sendo escoltado até a cidade (onde venceria o Estudiantes por 2x1).


Quase 20h e céu claro, Maju é nosso GPS e encontra o hotel. Intuitiva, mamãe nos faz atravessar a avenida pelo jantar. Cafe de Especialidad. Ensina presunto à mulher. Maju encanta. Madu elogia el pelo rubio.


Obviamente meu início de conversa com seu esposo é sobre aquele esporte lá...

Libertadores, La Boca, viagens ao Sul...


Indicam um prato num restaurante próximo.

A despedida é com sorrisos.


Jantar, banhos e o sono rápido - estou tão cansado que confesso que nas duas últimas noites tenho certeza que não fui o último a dormir...


DIA 3

3 da manhã e tenho tontura.

Maju acorda às 6h.


Chegou o sonhado 30 de novembro, dia da final da Copa Libertadores da América.


Gritos longínquos não enganam. Da varanda, vemos os torcedores do Galo já no aquecimento para a histórica partida de logo mais...


Assim como em 2019, com a final marcada para Santiago, a ausência do Palmeiras faz o roteiro do dia ser bem distante da cidade sede.


Após o café, um quarteirão de caminhada até o Subte Callao. Duas transferências e a estação Retiro - mico pago com sucesso na pergunta ao segurança - é grandiosa.

Saída rápida para fotos da plaza. Rocas para abuela. Espantamento de pombos...

A espera de 20 minutos permite grande economia com os ingressos online do principal passeio do dia.


O percurso de uma hora mostra uma região muita linda e atrativa principalmente pelas áreas esportivas - parques, incontáveis quadras de tênis. Hipódromo.


O destino, há pouco mais de 30km, é o município de Tigre.


Enquanto as meninas vão ao banheiro, explicação sobre pontos turísticos aos canadenses. Meio bugado pelo espanhol dos últimos dias, nunca é demais considerar estudar mais inglês.


Fotos e caminhada pela plana cidade, famosa pelos passeios nos seus deltas - principalmente dos Rios Paraná e Lujan.

A chegada ao Puerto de Frutos conta com a informação do hincha local com camisa palestrina. A comprou pois acha linda...


Espeto de bala de goma. Dulce de leche. Pedras e brincos pra Madu.


O revitalizado local, antigo ponto de comércio de frutas, é um enorme centro de, principalmente, artesanato.

Almuerzo de choripan com papas e caminhada até depois do Cassino.

Parque de la Costa...

A tarde é de várias vitórias, principalmente no item Coragem das Pequenas - saem com a experiência de já erguerem os braços em atrações radicais...

Mini montanha russa. Brinquedos que voam e giram. Que molham. As casas aterrorizantes são dispensadas.

As interações sociais. Os flamenguistas potiguares que também compraram antes. Mamãe e a carioca. A família Boca-River. O primeiro encontro com 'Papá Noel'. Os meninos encantados com Madu Millionaria - um deles aprendeu português no Duolingo - sorriem gritando 'obrigado'...


A saída, pouco após às 18h, leva novamente ao Puerto, para regalos e churros. Mamãe nos anima com a informação dos primeiros 30 minutos do jogo. Para 15 minutos depois nos irritar grandiosamente...

Caminhada de retorno à estação, Bomberos Argentinos. Na carniceria, minutos na TV com o Rojo - o Galo já descontou...


A espera do trem tem 'el malandrito' ganhando papitas. E, já no percurso, o terceiro gol carioca. Uma festa que deveria ser nossa, Madu...

Maju dança Rap.


As baldeações. Necessária recarga da SUBE, Madu inconscientemente tenta consolar o mineiro que comprou em janeiro - quase a tacada de mestre.


Outros tantos estão pelos trens, estações, ruas. Cabisbaixos. Mas a arquibancada forma caráter, e eles nunca esquecerão essa aventura. Precisamos viver isso, filhas...


Cup Noodles de jantar. Dia longo, já passa das 22h. Maju me ajuda na dor de dente. Madu, cuide-se. Roupas verdes ajeitadas para o último roteiro. Sono.


DIA 4.

Temporal desde às 3h. A previsão do clima não anima, mas tentaremos seguir o plano.


Sem conseguir cambiar, o Uber racinguista nos leva à lendária Bombonera.

Desayuno VIP.


Nas tiendas, Maju e mamãe se regalam. O vendedor toca o hino do Palmeiras, em nossa homenagem. Histórico. Instigado a provocar, explico sobre a Caninha 51. Agradecimento descoxado.

Fotos na entrada principal. Museu cancelado pois Madu não veria a arquibancada. Capas.

Caminhada até o famoso Caminito. O uruguayo oferta asado. Conversa tranquila, que vai de 100 à 0 quando mostra a camisa do Peñarol - Madu sorri amarelo...

Informação sobre ponto de Uber, a mineira que estuda Medicina. Alfajores e inspiração para Madu.


Novo destino, a Feria de San Telmo felizmente nos recebe apenas com garoa.

A senhora se escanta com os cachos das pequenas.


Lotada de brasileiros - com cariocas vivendo o maior pós jogo da vida e mineiros tristes.


Câmbio e souvenir.

No Freddo, helados de frutilla e dulce de leche, para Maju e Madu.

O 'mercadão' é de passagem rápida.


Cumprimento da União...

A caminhada até Mafalda não nos convence a enfrentar a fila.

O temporal retorna e o preço do Uber explode. Infelizmente a ida à Mataderos é cancelada.

Calle Florida, pesquisas na Galeria Pacifico.


Tarta, pancho e coceira.

Chaveiro para a best.

Fotos na papelaria. Harry Potter.

Ventania portenha. Por segundos, não morremos com um vaso que cai do prédio.

Livraria aleatória, as pequenas saem con cultura en español.

Mais de meio de tarde, preenchida agora com séries, vídeos, cavalinho, jogos.


Madu faz o check-in.

E decide não fazermos nosso treino - triste - aliado às lamentações de Maju por não irmos ao teatro do Encanto - Bruno lhe convidou e Mirabel elogiou Madu (causando inveja em Isabela...).


Última salida, solo, pizza para o jantar - e conversa sobre fútbol com o pizzaiolo xeneize.


O sono é curto. As 2h, adultos em pé.

Café rápido - hoje pode pizza com refri de madrugada, Madu...

No despacho de equipaje, imensa mas rápida fila.


Emoção que não pode faltar, quase fico pra trás devido à regras de pagamento. Um tanto desesperador.


Resolução, Starbucks.

As irmãs juntas à janela do voo iluminado.

A realidade de trânsito intenso e olhar repetitivo ao relógio, em solo paulista.

Mamãe não se atrasa.

Tudo dá certo.

Uma década depois, o nosso retorno à capital portenha - e estreia de Maju - nos cativou ainda mais pelo povo simples, gentil, inteligente e sofrido que é o argentino.


Obviamente gostariamos de viver o sábado em Nuñez, mas a ainda mais planejada viagem foi inesquecível. Um país que sofre com uma sequência de governos que torna o básico inacessível para muitos, e que não os impede de serem solícitos, ácidos, dramáticos e educados.


Aplausos à Letícia, Madu e Maju, pela tentativa e refino constante no idioma.

Orgullo.


Volveremos otras veces.

¡Muchas gracías por todo, Argentina!





 
 
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